Fomos à praia, eu e ela, a princesa que me escolheu no mercado árabe para ser sua irmã.
E como era de se esperar, em frente àquela imensidão azul, mergulhamos.
Não fazíamos ideia da profundidade se não fossem as pérolas preciosas que encontrávamos
a cada afundada. Catamos várias, claro, não todas, as que pudemos enxergar com clareza em águas nunca antes navegadas. E as que não podíamos, tateávamos seus contornos,
o adorno de suas conchas.
Com toque leve e suave sentíamos a textura de um pó fininho e prateado escorrendo na palma das mãos. Pérolas antigas, que jamais viram luz. Pérolas-pó. Quantas confidências! Até o mapa de tesouros submersos elas nos confidenciaram.
Emergimos atônitas, sem fôlego, sem um átomo de oxigênio pra continuar após as escavações. Boiamos em alto-mar, ornamentadas por belas joias. Só não sabíamos se sobreviveríamos em meio a tantos naufrágios, ossos, destroços, rotas e descobertas.
Foi quando uma brisa invadiu nossas narinas a plenos pulmões.
Era ela. A vida. Querendo nadar.
Um comentário:
Nooooossa.... tô sem ar!!!! Mas prometo que não vou me afogar...Muito obrigada por isso. É super muito lindo demais (e mais superlativos que caibam).
Com carinho.
from planet
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