Filho, como você cresce rápido, mal consigo te dar um presente por dia.
Gostaria de te dar uma árvore. Aquela que a gente vê do carro no caminho pra casa da titia. Você fica olhando tanto pra ela. Queria ver você subindo nela ou a gente entrelaçando uma corda pra você balançar, balançar.
Queria te dar flores também. Parar naquelas casas com lindos jardins na volta da escola e
te dar o nome de cada uma delas, girassóis, margaridas e minhas preferidas, primaveras.
Queria te dar pássaros, deitar com você na grama e contar quantos estão voando naquele momento. Queria te dar uma coleção de nuvens com cara de bichos e monstros. Fazia tanto isso quando era criança.
Queria te dar o vento no rosto, risadas à toa, te dar horas e horas sem olhar a cada minuto
no relógio. Ah... gostaria de te dar longas conversas sem atender o celular.
Sabe, filho, queria te dar uma escola onde você tivesse mais prazeres do que deveres. Mais desafios do que lições. Onde você pudesse simplesmente brincar, se pintar, se sujar e
se descobrir sem eu te pressionar se um dia você vai entrar na faculdade.
Me perdoe, filho, só tenho te dado futuro, não é mesmo?
Mas juro, daqui pra frente prometo te dar mais presentes.
5 comentários:
Lindíssimo. bjs
Dani Pretto
Oi, Paula!
Seus textos são belíssimos!!! Parabéns! O Marcelo teve a quem puxar!
Beijos,
Andrea
Deixe-o desmontar um relógio, é claro que não conseguir mais montar, como toda criança, mas ele vai parar o tempo um pouquinho, hehe.
Olá, tenho um filho e sou mãe, e tbém sinto esta necessidade, álias frustação, de não dar tudo que ele mais queria e precisava emocionalmente, às vezes é somente um carinho, uma passada de mão na cabeça, uma ligação.Mas, amor não cobramos de outras pessoas, e não tem dinheiro no mundo, que compre a falta que meu filho tem de alguém."Me dá muita tristeza ver algo tão simples, e que não esta ao meu alcance."
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