domingo, 5 de setembro de 2010

Um presente de mãe

Filho, como você cresce rápido, mal consigo te dar um presente por dia.
Gostaria de te dar uma árvore. Aquela que a gente vê do carro no caminho pra casa da titia. Você fica olhando tanto pra ela. Queria ver você subindo nela ou a gente entrelaçando uma corda pra você balançar, balançar.
Queria te dar flores também. Parar naquelas casas com lindos jardins na volta da escola e

te dar o nome de cada uma delas, girassóis, margaridas e minhas preferidas, primaveras.
Queria te dar pássaros, deitar com você na grama e contar quantos estão voando naquele momento. Queria te dar uma coleção de nuvens com cara de bichos e monstros. Fazia tanto isso quando era criança.
Queria te dar o vento no rosto, risadas à toa, te dar horas e horas sem olhar a cada minuto

no relógio. Ah... gostaria de te dar longas conversas sem atender o celular.
Sabe, filho, queria te dar uma escola onde você tivesse mais prazeres do que deveres. Mais desafios do que lições. Onde você pudesse simplesmente brincar, se pintar, se sujar e

se descobrir sem eu te pressionar se um dia você vai entrar na faculdade.
Me perdoe, filho, só tenho te dado futuro, não é mesmo?
Mas juro, daqui pra frente prometo te dar mais presentes.