segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Bolhinhas



foto: Simone Pires

















Tão pequeninas e cheias de história
Lá vão elas, brotando sorrisos
Entre outras coisas que fazem levitar
Sopram segredos
E todos os medos estouram no ar

Tão pequeninas, malabaristas
Se fazem bolhinhas ainda meninas
Em caixinhas dentro do peito
E logo com muito efeito
Explodem em sentimentos

Tão pequeninas e cheias de encanto
Não há quem não corra por todo canto
Pra tentar acarinhar
Pequenos anéis de saturno
Planetas de sabão
Alegrias em órbita

Um comentário:

Márcio disse...

Eu também as vejo, suas mil cores e seu delicado voar. Elas nascem como nós, de um sopro. E como nós, vivem a vagar sem rumo, com destino de se acabar em lágrimas sobre chão.
Eis que vejo a bolhinha, não conheço sua estrutura, outros hão de descrevê-la melhor. Mas sinto sua fragilidade e temo pelos sonhos jogados ao vento, meus desejos protegidos por uma frágil película de esperança.
Não se pode tocá-la, nem conduzí-la. Como a um filho, só nos cabe espiar. Mas as bolhinhas são redondas, disso eu sei, não têm princípio nem fim, perfeitas e eternas.
Guardo em mim a dúbia vontade de estourá-la ou de apenas contemplá-la. Quem sopra amor e dá forma à bolha, o que quer? Vê-la nascer ou padecer? O que realmente nos fascina, a vida ou a morte da bolha de sabão?