Não comecei a escrever para ganhar a vida. Mas para me salvar dela.
Uma morte abrupta me colocou a caneta entre os dedos trêmulos e apavorados, carregados de tintas vermelhas que se espalhavam pelas linhas do caderno espiral.
Lágrimas contidas se transformavam em letras desaguadas. A caneta deslizava veloz, acompanhando meus batimentos cardíacos. Meus pensamentos ficavam para trás. E quando a autora cansada, a caneta, parava para repor a carga era o momento que eu entrava em cena para saber o que havia escrito. Lia tudo exatamente como um leitor lê um texto pela primeira vez.
Três pequeninas letras e um til abandonavam o meu roteiro de vida naquela trágica e obscura madrugada. Porém, seria o sumiço dessas minúsculas letrinhas, que juntas compõem a mais sublime palavra do universo, que fizeram brotar a semente de tantas outras que vieram e ainda estão por vir?
Dou minha palavra….até hoje tenho interrogações.
2 comentários:
Com estes textos, mais um motivo para agradecer à tia.
Muito lindo! Vc. fez do desalento, talento, é benção de Deus!!
Postar um comentário