quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Alma imoral

Ontem, depois que saí da peça a Alma Imoral que, entre outras coisas lancinantes, cita também uma judia-budista, uma interrogação que vive perseguindo meus pensamentos me pegou pelos ombros, me sacudindo novamente. Por quê? Por que não? Várias vezes me pego entre o porquê e o porquê não. E quando o assunto é religião, mais ainda. E essa minha questão insistente e atormentante é simples: por que temos que escolher apenas uma religião? Por que quando escolhemos uma temos que abandonar a outra, ou as outras? Por que devemos nos tornar ex-católicos para nos tornar autênticos espíritas?
A peça me fez refletir mais uma vez e creio que a minha resposta é sim, posso. Para mim o maniqueísmo religioso nunca fez o menor sentido. Posso sim ser budista e à noite rezar o Pai Nosso. Estarei entre o bem e o mal? Entre a cruz e a espada?

Lembro de uma passagem que me marcou quando ainda adolescente. A mãe da minha professora de balé, uma senhora cem por cento budista, me disse um dia: “tadinho de Cristo, foi um bom homem, tinha boas intenções, mas não deu certo”. Quer dizer então que pra adorar Buda é preciso negar Jesus?! Por que não adorar um, ou pelo menos admirá-los cada um a seu modo? Quer dizer então que quem é fanático pelos Beatles não pode ser fanático também pelos Rolling Stones? E o pior é que a sociedade cobra. Ahh se cobra! Experimenta dizer que você é um crente-muçulmano. Vão te torturar. Até você se definir. Como se o mix não fosse uma espécie de definição. Querem te culpar por ser espiritualmente eclético. É como a opção sexual. Ninguém acredita no bi.
Pra mim Deus deve se divertir muito com essa moral humana. São tantos intermediários em nome Dele que deve ser difícil fechar um contrato de fé. Prefiro ficar com uma verdade, se é que é preciso escolher uma só: de que a alma realmente não se apega a essas moralidades mundanas. De que alma, esta sim, tem fé.

3 comentários:

EZInnovTools disse...

Quanto mais eu leio, mais eu estudo, mais as religiões perdem sentido e ganha todo sentido o conceito de energia. Obs: o Buda era magrinho, quando os Beatles descobriram ele, ficou obeso, êta comidinha a inglesa!

Palavra Criada disse...

Eu acho que quando você encontra um caminho espiritual é muito bacana e aí é tanta coisa para descobrir que talvez não dê muito tempo para estudar os outros. Mas dá para admirar vias diferentes das suas, traçando paralelos, ampliando aprendizados e compartilhando. Pelo menos na vida espiritual, quanto menos certezas, melhor!

Lenita disse...

Eis meu testemunho (após 46 anos de incredulidade), só existe um único Deus. O resto são invensões do homen para nos desviar da verdade:

Isaías 44:6 “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor dos exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus;

Apocalipse 1:8 “Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso.”